No dia 21 de junho de
1989, o Botafogo ao vencer o Flamengo por 1×0, gol de Maurício,
sagrava-se campeão carioca daquele ano, saindo de uma fila de 21 sem
conquistas. O clube que fora campeão tantas vezes com a geração de
Garrincha,Didi,Nilton Santos e depois com a geração de
Jairzinho,Gérson,Roberto, ficou num jejum inexplicável, sem qualquer
conquista, apesar de sua torcida crescer. O time base da vitória e da
conquista foi: Ricardo Cruz, Josimar, Gottardo, Mauro Galvão e
Marquinho. Carlos Alberto Santos, Luisinho e Vitor,Mauricio,Paulinho Criciúma e Gustavo – técnico Valdir Espinosa. A conquista de 1989 foi invicta e o
Botafogo venceu um time extraordinário de Telê Santana, cujos jogadores
eram de enorme prestígio como: Bebeto, Zinho, Zico, Leonardo e Aldair
além de outros valorosos
jogadores.
Marcar um gol do título no Maracanã é o sonho de todo brasileiro. Maurício de Oliveira Anastácio pode se vangloriar de ter feito até mais do que isso. Com a camisa 7 do Botafogo, a mesma de Garrincha, o atacante teve um breve encontro com outro herói alvinegro no vestiário daquele 21 de junho de 1989. Era Nílton Santos, que previa um gol dele na final do Estadual contra o Flamengo. O técnico Valdir Espinosa também já o avisara que tinha a mesma sensação e Maurício permaneceria em campo mesmo com febre. Aos 12 minutos do segundo tempo, Mazolinha cruzou pela esquerda, o camisa 7 empurrou o marcador Leonardo e, sozinho, só teve o trabalho de escorar para marcar o gol da vitória por 1 a 0. Fim do jejum, o Botafogo era campeão depois de 21 anos sem levantar uma taça.
Em 1966, o Bangu conquistou
seu segundo título carioca com uma equipe muito
bem montada, fazendo bela campanha, com 15 vitórias,
dois empates e apenas uma derrota, para o Flamengo,
no primeiro turno.
Mas a revanche veio na final do Campeonato, e teve
o sabor especial. Contra o Flamengo, no Maracanã,
o Bangu provou que, naquele ano, tinha a melhor equipe
da cidade. A vitória por 3 a 0 - gols de Ocimar,
Aladim e Paulo Borges - foi pequena diante da superioridade
banguense na decisão e poderia ter sido maior,
se Almir não tivesse iniciado a confusão
que provocou nove expulsões - cinco para o
Flamengo e quatro para o Bangu -, obrigando o árbitro
Aírton Vieira de Moraes a encerrar a partida
aos 25 minutos do segundo tempo, garantindo o título
ao Bangu após 33 anos.
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Na
tarde de 18 de dezembro de 1966, o maracanã
recebia cento e quarenta mil torcedores para assistirem
a decisão do campeonato carioca daquele ano.
Mais de cem mil eram torcedores do Flamengo. Eles
tiveram que assistir em silêncio o barulho que
a pequena torcida do Bangú fazia para comemorar
um titulo que perseguia a trinta e três anos.
A torcida do Flamengo estava de bandeiras arriadas,
enroladas, sem ânimo sequer para perceber que
a noite caia e já era hora de ir embora. A
festa pertencia ao Bangú. Não importa
que não tenha sido uma festa como a torcida
queria, sem manchas, limpa, bonita, resultado normal
de noventa minutos de excelente futebol. Futebol que
poucos times sabiam praticar como o Bangú daquele
ano.
Entretanto, a história foi bem diferente. A
partida não terminou. Os jogadores brigaram.
A torcida brigou. Cenas de violência e ódio
que acabaram por inscrever na história do futebol,
não apenas o jogo decisivo, mas a imagem definitiva
de um homem que fez dos gramados sua praça
de guerra, num misto de herói e vilão:
Almir, cujo destino fez com que ele morresse, moço
ainda, na porta de um bar, sete anos depois. Almir
foi assassinado a tiros em Copacabana.
O Bangú que chegou a última batalha
depois de dezoito jogos, vencendo quinze, empatando
dois e perdendo apenas um. Ubirajara. Fidelis. Mário
Tito. Luis Alberto e Ari Clemente. Jaime e Ocimar.
Paulo Borges. Ladeira. Cabralzinho e Aladim foi o
grande time do campeonato carioca de 1966 e muito
bem dirigido pelo treinador Alfredo Gonzalez. O Flamengo
na decisão era um time cheio de problemas técnicos
e psicológicos. Valdomiro. Murilo. Jaime. Itamar
e Paulo Henrique. Carlinhos e Nelsinho. Carlos Alberto.
Almir. Silva e Osvaldo.
Aos três minutos do segundo tempo, a maioria
dos torcedores rubros negros estavam calados. O placar
de 3x0 para o Bangú era um sinal evidente da
derrota, pois, além da diferença nos
números, o adversário dominava o jogo.
Os caminhos da reação pareciam fechados.
Vinte e seis minutos e tudo estava na mesma. De repente,
o futebol acaba, cedendo lugar a uma das maiores confusões
já registradas no maracanã.
O lateral Paulo Henrique se preparava para cobrar
um lateral quando Ladeira tentou impedir e provocou
o jogador do Flamengo. Paulo respondeu com palavrões
e recebeu uma bofetada do atacante do Bangú.
Almir estava ligado na partida e disposto a tudo para
não aumentar a humilhação. Era
demais para uma tarde só. Primeiro, os frangos
de Valdomiro, que mais tarde foi acusado pelo próprio
Almir de ter se vendido. Depois, as contusões
de Carlos Alberto e Nelsinho. Agora, o tapa de Ladeira.
Almir perde inteiramente o controle.
Partiu, desesperadamente, na direção
a Ladeira, que prefere correr, mas em direção
a zaga do Flamengo. Itamar, um negro forte de 1,85
e chuteira 43, pula com os dois pés no peito
do atacante, que cai. Almir que vinha correndo chutou
sua cabeça. A esta altura, o gramado do maracanã
já era palco de uma verdadeira loucura coletiva.
Ari Clemente do Bangú, vem por trás
de Almir e agride o pernambuquinho. Imediatamente
é cercado por Silva. Itamar e o próprio
Almir. A torcida do Flamengo, até então
calada com a derrota, resolve agitar suas bandeiras,
como se cada soco, cada pontapé, valessem como
um gol que o time não conseguiu fazer. E num
desabafo começa a gritar - Almir, Almir, Almir.
Ladeira deixa o campo de maca. O juiz Airton Vieira
de Moraes, conversa com o treinador Reganeschi, que
consegue tirar Almir do campo. Mas, quando Almir vai
descendo o túnel ouve alguém gritar
- "Volta Almir. Acabe de vez com festa deles".
Foi o suficiente. Ele dá meia volta e parte
novamente para o gramado. É ameaçado
pelo goleiro Ubirajara e lhe dá um soco. É
cercado por Ari Clemente, Mario Tito, Luis Alberto
e Fideles. Almir começa a distribuir socos
prá todo lado. Bate e apanha. Silva e Itamar
correm em seu socorro. A muito custo, os policiais
conseguem dominar Almir e levá-lo definitivamente
para fora do campo. Sua saída lembra um lutador
de box deixando ringue após um combate. Os
espectadores se dividem em vaias e aplausos. No meio do campo, o juiz Airton Vieira de Moraes resolve
expulsar cinco jogadores do Flamengo: Valdomiro. Itamar.
Paulo Henrique. Almir e Silva. E mais quatro do Bangú:
Ubirajara. Luis Alberto. Ari Clemente e Ladeira.
Futebol não teve mais. Os banguenses deram
a volta olímpica com poucos aplausos. A torcidas
do Flamengo vaiava e grita o nome de Almir.
O Bangú construiu sua vitória a partir
dos 24 minutos do primeiro tempo. Ocimar cobrou uma
falta de fora da area e marcou 1x0. Três minutos
depois o Bangú aumenta para 2x0 através
de Aladim. No intervalo, Almir avisou a todos que
estavam nos vestiários do Flamengo. "Eles
não vão ter volta olímpica".
Foi com esta disposição que o Flamengo
voltou para o segundo tempo. E logo aos três
minutos Paulo Borges marcou o terceiro gol. A partir
deste gol, o Bangú partiria para uma goleada
histórica.
O time estava bem, contrastando
com um Flamengo que mais lembrava um moribundo. A
briga, enfim, somente aquele tumulto poderia transformar
o panorama da partida. E mudou... O Bangú foi
o merecido campeão carioca de 1966, principalmente
pela regularidade de sua campanha.
O Flamengo que tinha sido campeão carioca de
1978, por fatos que só acontecem na Federação do Rio de Janeiro, foi
em 1979, num só ano, declarado tricampeão. O título do
tricampeonato foi motivado pela disputa em 1979 de dois torneios; um
chamado de "Especial" e outro de Estadual, ambos patrocinados pela mesma
entidade, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro. O desejo dos outros grandes clubes em 1980 era o de impedir a todo custo a conquista do tetracampeonato rubro-negro.
O certame de 1980 foi disputado por 14 clubes no turno e 10 no returno, jogando todos entre si.
O adn de Niterói, Bonsucesso, Goytacaz e Olaria não se classificaram para o segundo turno sendo eliminados. A equipe do fluminense estava totalmente desacreditada, não só pela imprenssa mas também pela própria torcida. O
treinador Nelsinho promoveu à equipe de profissionais, vários jogadores
das divisões de base tricolor e, solicitou a diretoria, a compra do
centro-avante Cláudio Adão. O atacante tinha sido infeliz no Santos,
foi renegado pelo Botafogo e estava desgastado no Flamengo. Veio
para o Fluminense com a fama de jogador bichado, quase que inutilizado
para o futebol, apesar de no Flamengo ter sido artilheiro por 3 anos ao
lado de Zico.
Adão
chegou a declarar que sua chegada ao clube seria uma forma de mostrar
seu futebol aos que não acreditavam em sua capacidade técnica e seu
espírito de luta, tudo isso motivado pelas críticas que vinha sofrendo
da torcida rubro-negra. A
diretoria ainda contratou ao Atlético Goianiense o jogador Gilberto de
Souza ( Gilberto ), um jovem de 23 anos, que tinha iniciado sua
carreira nas divisões de base do Botafogo. Na realidade só tínhamos em nosso plantel dois jogadores com maior experiência: Cláudio Adão e Edinho. O
Flamengo era o franco favorito ao título, pelas campanhas de 1978 e
1979, além de ter trazido como reforço o zagueiro Luís Pereira, ex
seleção brasileira. O Vasco
que tinha como técnico Zagallo, também era concorrente ao título, pois
acabara de contratar Carlos Alberto Pintinho e Paulo César Lima. Quem acabou rindo de todos foi Cláudio Adão, tricampeão pelo Flamengo em 79 e único tetracampeão. O
Fluminense ganhou o primeiro turno, o Vasco o segundo e numa partida
decisiva única, entre os dois, nos sagramos Campeões Cariocas de 1980. Foi
ainda em 1980, após a visita do papa ao Rio de Janeiro, em junho, que a
torcida tricolor começou a entoar o canto "A benção, João de Deus".
Os Jogos
Primeiro Turno
Fluminense 2 x 0 Bonsucesso
Local: Luso-Brasileiro, na Ilha
Data: 17/08/1980
Juiz: José Roberto Wright
Gols do Flu: Gilberto e Edinho
Fluminense 3 x 2 Serrano
Local: Atilio Marotti, Petrópolis
Data: 24/08/1980
Juiz: Arnaldo César Coelho
Gols do Flu: Cláudio Adão (3) Fluminense 4 x 0 Botafogo
Local: Maracanã
Data: 31/08/1980
Juiz: Valquír Pimentel
Gols do Flu: Cláudio Adão (2), Gilberto e Zezé
Fluminense 1 x 1 Goytacaz
Local: Maracanã
Data: 05/09/1980
Juiz: Wilson Carlos dos Santos
Gol do Flu: Cláudio Adão ( pênalti ) Fluminense 1 x 1 Flamengo
Local: Maracanã
Data: 14/09/1980
Juiz: Wilson Carlos dos Santos
Gol do Flu: Gilberto
Fluminense 1 x 1 Volta Redonda
Local: Maracanã
Data:18/09/1980
Juiz: Valquír Pimentel
Gol do Flu: Cláudio Adão Fluminense 2 x 1 Bangu
Local: Moça Bonita, Bangu
Data: 21/09/1980
Juiz: Luis Carlos Félix
Gols do Flu: Mário e Gilberto Fluminense 3 x 1 ADN
Local: Caio Martins, Niterói
Data: 28/09/1980
Juiz: Aloísio Felisberto da Silva
Gols do Flu: Zezé, Gilberto e Robertinho Fluminense 2 x 1 Vasco da Gama
Local: Maracanã
Data: 05/10/1980
Juiz: José Roberto Wright
Gols do Flu: Gilberto e Robertinho
Fluminense 0 x 1 América
Local: Maracanã
Data: 11/10/1980
Juiz: Valquír Pimentel Fluminense 4 x 0 Olaria
Local: Marechal Hermes
Data: 15/10/1980
Juiz: José Roberto Whight
Gols do Flu: Cláudio Adão (2) e Mário Jorge (2) Fluminense 1 x 0 Americano
Local: Godofredo Cruz, Campos
Data: 19/10/1980
Juiz: Wilson Carlos dos Santos
Gol do Flu: Cláudio Adão Fluminense 2 x 0 Campo Grande
Local: Maracanã
Data: 22/10/1980
Juiz: Arnaldo César Coelho
Gols do Flu: Mário e Cláudio Adão ( pênalti ) Jogo Extra
Fluminense 1 x 1 Vasco da Gama
Fluminense 4 x 1 Vasco da Gama ( decisão nos pênaltis )
Local: Maracanã
Data: 26/10/1980
Juiz: José Roberto Whight
Gol do Flu: Cláudio Adão Segundo Turno
Fluminense 1 x 1 Americano
Local: Maracanã
Data: 29/10/1980
Juiz: José Aldo Pereira
Gol do Flu: Zezé
Fluminense 2 x 2 Flamengo
Local: Maracanã
Data: 02/11/1980
Juiz: Wilson Carlos dos Santos
Gols do Flu: Cláudio Adão ( 2, um de pênalti ) Fluminense 2 x 0 Serrano
Local: Marechal Hermes
Data: 06/11/1980
Juiz: Luis Carlos Félix
Gols do Flu: Edinho (2)
Fluminense 3 x 2 Volta Redonda
Local: Raulino de Oliveira, Volta Redonda
Data: 09/11/1980
Juiz: José Roberto Wright
Gols do Flu: Cláudio Adão, Jorge Luís ( contra ) e Gilberto Fluminense 1 x 2 Bangu
Local: Marechal Hermes
Data: 12/11/1980
Juiz: Arnaldo César Coelho
Gol do Flu: Cláudio Adão Fluminense 2 x 2 Botafogo
Local: Maracanã
Data: 15/11/1980
Juiz: Arnaldo César Coelho
Gols do Flu: Cláudio Adão (2) Fluminense 0 x 1 Campo Grande
Local: Ítalo Del Cima, Campo Grande
Data: 19/11/1980
Juiz: Valquír Pimentel Fluminense 3 x 3 Vasco da Gama
Local: Maracanã
Data: 23/11/1980
Juiz: Arnaldo César Coelho
Gols do Flu: Cláudio Adão ( 2, um de pênalti ) e Mário Fluminense 1 x 2 América
Local: Maracanã
Data: 26/11/1980
Juiz: Aloísio Felisberto da Silva
Gol do Flu: Wallace Final
Fluminense 1 x 0 Vasco da Gama
Local: Maracanã
Pagantes: 108.957
Data: 30/11/1980
Juiz: Arnaldo César Coelho
Gol do Flu: Edinho
Ainda faltavam 15 minutos para o fim, mas o marcador do
Maracanã não deixava dúvidas de quem seria o campeão carioca. O Vasco batia o
Fluminense por 2 x 0 com a naturalidade dos grandes vencedores e chegava ao seu
tricampeonato inédito. Maioria nas arquibancadas dos do publico 66.121
presentes a torcida fazia a festa, cantando no ritmo do
funk: "Tri, tri, o Vasco é tri. Tererê". Era o 20º título carioca dos
vascaínos. E poucas vezes uma conquista foi tão merecida. A vitória na
finalíssima, materializada nos dois gols do centroavante Jardel,fez
justiça à melhor equipe do campeonato. Mas, antes, o Vasco precisou superar o
drama da morte de Denner, em acidente de carro, justamente durante as finais. A
importância do atacante na campanha vascaína, entretanto, não foi esquecida.
“Ê, cafuné / Ê cafuné / o Denner é mistura de Garrincha e Pelé”, homenageou a
torcida já com a taça na mão.
O campeonato carioca de 1976 bateu todos os recordes de público, desde o começo dos cariocas, em 1906.O presidente tricolor, Francisco Horta, novamente motivou o Rio de Janeiro, lançando o que ficou conhecido como "troca-troca", entre os grandes clubes - Fluminense, Flamengo e Vasco da Gama -.
A grande atração do campeonato voltou a ser o Fluminense, que formou um excelente plantel, recheado de craques .As vitórias do tricolor eram presenciadas por milhares de torcedores, éramos novamente chamados "a máquina". A torcida comparecia aos estádio certa da vitória, só não sabia de quanto seria o placar. Nos 2 jogos decisivos contra o Vasco, mais de 250 mil pessoas compareceram ao Estádio do Maracanã para presenciarem os clássicos. No segundo cerca de 127 mil pagantes compareceram Nos primeiros 45 minutos o tricolor jogava na base de toques rápidos, pensando no gol. O Vasco da Gama, reforçado em sua defesa tentava os contra-ataques. Na segunda etapa, os cruzmaltinos voltaram com uma pegada ainda mais forte. O meio-campo tricolor jogava um pouco mais avançado, tentando municiar seus atacantes. O gol não saiu. houve a prorrogação, e caso permanecesse o empate, haveria disputa em pênaltis. Aos 12 minutos do 2º tempo da prorrogação, Paulo César cobra uma falta da esquerda para dentro da área vascaína, Pintinho cabeceia da direita e toca a bola para Doval já na área adversária, o gringo com sua já conhecida impulsão, se antecipa ao zagueiro Abel e testa forte, procurando o canto esquerdo . A bola vence Mazaropi e vai se alojar no cantinho, Zé Mário apavorado, tenta salvar sem sucesso Era o gol do esperado título de Bicampeão Estadual, Fluminense 1 x 0 Vasco da Gama.